Novo modelo de gestão

Diretor do Instituto Publix fala sobre os novos desafios da gestão pública contemporânea brasileira durante 97º Fórum Consad Paraíba

É preciso entender o novo modelo que se desenha para a gestão pública brasileira. Ele deixa de ser hierárquico para abordar uma linha mais colaborativa, em que a sociedade desempenha papel central no novo relacionamento com o Estado. “É preciso desenvolver a capacidade de comunicação em rede entre o Estado e a sociedade para construir uma nova agenda”, explicou o diretor do Instituto Publix, Caio Marini.

O diretor falou sobre “Os desafios da gestão nos estados em contexto de crise”, nesta quinta-feira (19), em João Pessoa (PB), durante o 97º Fórum Consad. De acordo com ele, é importante que todos os estados construam uma Agenda Estratégica de Desenvolvimento, que resgate a perspectiva de longo prazo e que defina prioridades de acordo com o que se queira alcançar.

Adotar esta agenda é fundamental porque, conforme Marini, os cortes lineares em tempos de crise não funcionam mais. O ajuste fiscal é extremamente necessário, porém não adianta as contas fecharem e, ao mesmo tempo, a população não ser atendida. “A agenda vai orientar o gestor onde é possível ou não haver cortes”, ressaltou.

Na avaliação do 1º vice-presidente do Consad e secretário de Administração e dos Recursos Humanos do Rio Grande do Norte, Gustavo Nogueira, o ajuste fiscal não deve exercer papel de protagonista em todas as discussões. “O ajuste precisa buscar o equilíbrio, as distinções de cada Estado e colocar as dosagens corretas em uma perspectiva de longo prazo”, disse.

Para a 2ª vice-presidente do Consad e secretária de Estado de Administração da Paraíba, Livânia Farias, “temos o costume de aproveitar a crise para equilibrar as finanças, mas o cidadão acaba não sendo assistido”.

Movimentos de reforma
Durante sua apresentação, Caio Marini falou sobre as três grandes agendas da gestão pública brasileira. A reforma burocrática, dos anos 1930, tinha como prioridade a profissionalização da gestão pública e o enfrentamento da cultura patrimonialista de gestão. No final dos anos 1970, início dos anos 1980, começa o que o professor chama de reforma gerencial. Ela insere a temática das novas tecnologias de gestão, com foco em resultados e que ainda é muito atual.

A anterior era muito voltada para o estabelecimento das regras, critérios, hierarquia. A agenda da reforma gerencial privilegia o cidadão. A agenda mais recente, ou seja, dos anos 2000, tem foco na governança, diferente da agenda burocrática, que tinha uma visão mais interna da gestão. No entanto, Marini lembrou que esses modelos são, na verdade, complementares. A burocracia, por exemplo, tem fundamentos essenciais para a organização e o equilíbrio do Estado. Mas só a burocracia não é suficiente.

SERVIÇO
97º Fórum Consad
18 a 20 de março | Centro de Convenções Poeta Ronaldo Cunha Lima | João Pessoa (PB)
Consad: (61) 3322-5520 

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