Gestão pública e a crise

O segundo dia do Congresso Consad começou com a palestra de Débora Wetzel, atual diretora da Rede de Governança e Setor Público do Banco Mundial. A doutora em Economia e Finanças Públicas pela Universidade de Oxford fez uma leitura sobre o atual cenário mundial, de que forma a crise influencia nas tomadas de decisão dos governos de todo mundo e quais são os desafios no enfrentamento da questão. Para um público de mais de mil pessoas, Débora abriu a conferência afirmando que “o mundo está de olho no Brasil”, por conta das experiências de gestão publicas pertinentes desenvolvidas no país.  A conferencista fez uma análise de crise, fazendo paralelos entre momentos de grandes mudanças estruturais ocorridas na economia mundial, em diferentes momentos da história, e descreveu a progressão da atual crise, desde seu epicentro, nos Estados Unidos, suas fases de transmissão para América Latina e países da Ásia e Europa oriental e a desaceleração fortíssima que aconteceu de agosto do ano passado até agora.

A economista ainda destacou a importância de mecanismos de controle, tanto formais (TCEs e TCU) como sociais (ONGs e sociedade civil), nesse momento de cuidado na priorização de planos e estratégias. Defendeu ainda a importância de medir o grau de previsão orçamentária da gestão pública para aumentar sua eficácia. Mesmo que não seja possível prever uma crise de fatores externos, o cuidado com essas previsões diminui o impacto em situações críticas, em que se tem menos receita e mais gastos. Nesse cenário é imprescindível avaliar as opções e fazer escolhas acertadas. A crise acaba funcionando com um teste para todos os aspectos da gestão pública.