Congresso Consad inova com realização de mesas-redondas

No segundo dia do evento, foram realizados debates em três mesas-redondas com a participação de secretários de estado

Em sua sétima edição, o Congresso Consad de Gestão Pública incrementou o programa de atividades com mesas redondas, aumentando o compartilhamento de experiências e debate entre os participantes. Além das conferências e painéis, as mesas redondas atraíram a atenção do público pela contemporaneidade de seus temas: Gestão Pública e Tecnologia; Participação Popular e Gestão Pública e Lei de Greve e Negociação Coletiva. Concentradas no segundo dia de evento, foram comandadas por secretários de administração dos estados e seus representantes. “Os assuntos foram muito interessantes e tratados com profundidade e o que é melhor, com a participação de uma platéia interessada”, afirmou Evelyn Levy, coordenadora do Comitê Científico do Congresso Consad, responsável pela programação.

Com o tema Gestão Pública e Tecnologia, a mediadora Ione Macedo, diretora de gestão do Conselho Federal de Administração, convidou à mesa a conselheira Flora Valladares Coelho, secretária de Estado da Gestão Administrativa do Acre e o subsecretário de Administração Pessoal Edson Teramatsu, representando Sergio Rui Barbosa, secretário de Gestão Administrativa do Rio de Janeiro. A tecnologia a serviço da gestão pública trouxe o exemplo do governo do Rio de Janeiro, que há sete anos implementa e aperfeiçoa sistemas que ficarão como legado para as próximas administrações, disse o subsecretário. “Fala-se muito sobre experiências exitosas, mas não das dificuldades. Imagine trocar o motor de um avião em pleno vôo. Mas com, tenacidade, disciplina, patrocínio e ousadia, característica da gestão de nosso secretário, estamos chegando lá”, informou.

“Para além da distância do nosso estado dos grandes centros e das dificuldades que temos consciência de que para nós são ainda maiores devido ao nosso isolamento, estamos determinados a seguir adiante. Há problemas de capacitação, recursos e até resistência do usuário que se recusa a deixar o papel, literalmente. Caminhamos ora mais devagar, ora aceleramos o passo, mas caminhamos sempre para frente. A inclusão social através da inclusão digital é algo de que não vamos abrir mão”, revelou a secretária.

O estado do Rio de Janeiro, como contou Edson, investiu em quatro sistemas operacionais principais: o Siga (Sistema Integrado de Gestão de Aquisição), SISPAT (Sistema de Patrimônio Imobiliário), SIPLAG (Sistema em Planejamento e Gestão) e o SIGRH (Sistema Integrado de Gestão de Recursos Humanos). “Temos ainda o projeto de Identidade funcional, onde fazemos o cadastramento biométrico de todos os nossos servidores ativos, inativos e pensionistas. Não é fácil. Todo o processo envolve muita transpiração, “ralação”, mesmo. Consome muito a equipe, não traz benefícios imediatos, nem visibilidade. Eu comparo a um investimento em saneamento, um trabalho feito debaixo da terra, longe da vista das pessoas, que não rende prestígio, demanda equipe e conhecimento e custa muito dinheiro. A tecnologia da Informação tem muito desse viés, mas quando começa a dar resultados é incrível”, concluiu o subsecretário.

Já no Acre, o destaque foi para o desenvolvimento de dois sistemas principais, um privilegiando acesso à internet e levando transparência à população, e outro voltado para administração. “Pensado há anos para ser uma infovia digital de inclusão social através da inclusão digital, com o Floresta Digital nosso objetivo foi ir além do acesso à internet, convidando a população a acompanhar e participar do processo democrático. O sistema consiste em disponibilizar, gratuitamente, acesso à banda larga no perímetro urbano. Temos, também, o GPR (Gestão de Recursos Públicos), uma plataforma que engloba compras, almoxarife, patrimônio, frota, passagens e diárias”, explicou Flora que, no dia-a-dia, ainda mantém contato com autoridades e secretários por meio do gabinete digital, aplicativo instalado em seu smartphone.

Charlotte Vilela