Cientista político traça cenário eleitoral brasileiro

Jairo Nicolau, da UFRJ, diz que o cenário eleitoral de 2014 ainda está indefinido e que, desta vez, o País terá dois candidatos desconhecidos da população

O cenário eleitoral brasileiro ainda está indefinido e o governo do PT, que tenta a reeleição, entra na disputa em um ambiente mais desfavorável que nas campanhas de 2006 e 2010. A avaliação é do cientista político e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Jairo Marconi Nicolau. Ele participa do 95º Fórum Consad, que acontece no hotel Windsor Atlântica (RJ). 

As projeções de Jairo Nicolau indicam segundo turno. Mesmo com cenário ruim, em que a economia e a popularidade da presidente não sobem, a expectativa para o primeiro turno aponta Dilma Rousseff com 39 pontos, seguida pelo candidato da oposição, Aécio Neves (PSDB), com 28 pontos. O candidato do PSB, Eduardo Campos, terminaria as eleições com 14 pontos. Em um cenário mais difícil para o PT, Dilma ficaria com 38 pontos, Aécio com 32 pontos e Eduardo Campos com 10 pontos.

A questão é se Dilma conseguirá manter o padrão das votações expressivas no Nordeste, em Minas Gerais e em Pernambuco. Isso porque, pela primeira vez, segundo o cientista político, teremos um candidato com domicílio eleitoral em Minas Gerais. Aécio Neves lidera as pesquisas e, é muito provável, que vença em seu Estado – quebrando um ciclo de três vitórias petistas. A mesma coisa deve acontecer em Pernambuco que também tem candidato próprio, no caso Eduardo Campos. 

“Outra novidade é que vamos entrar na disputa com dois candidatos, Aécio Neves e Eduardo Campos, muito desconhecidos da população, em comparação à campanhas anteriores”, explicou Jairo. Antes de 2002, por exemplo, o candidato da oposição era Luiz Inácio Lula da Silva, que concorria pela quarta vez à Presidência da República.

Coligações estaduais
O cenário das coligações nos estados é o pior para o PT desde 2006. Outra grande incógnita, segundo o cientista político, é o numero de votos em branco e nulos que ainda está muito alto. A campanha eleitoral deste ano ainda não entrou na agenda do cidadão e um dos motivos pode ser o fato de a Copa do Mundo de Futebol ter sido realizada no Brasil. A expectativa é de que a população se envolva mais nas discussões políticas a partir de 19 de agosto, quando começa a propaganda partidária na televisão e no rádio. 

O professor da UFRJ acrescentou que a economia ainda pode influenciar bastante no resultado das eleições. “O governo não terá nenhuma boa notícia para oferecer até novembro. Entretanto, é a percepção da população com relação à emprego e custo de vida que realmente conta”, afirmou Nicolau. 

 

Texto: Mariana Pereira | Assessoria de Imprensa – Consad
Foto: Rachel Camargo